sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A Máscara da Morte Rubra

Achei uma análise bem legal de A Máscara da Morte Rubra e decidi compartilhar convosco. Vale ressaltar que esse é meu conto favorito do mestre Poe.
Podeis encontrar o conto aqui (EN) e aqui (PT)

Edgar Allan Poe "A Máscara da Morte Rubra"

Ao escrever uma história dessa natureza, Poe teria considerado exemplos históricos tais como a peste negra ou peste bubônica da Idade Média, assim como as epidemias de cólera que assolaram Filadélfia em 1790 e Baltimore em sua próprio tempo. No entanto, nesta história, a praga toma a forma incomum de uma morte vermelha ao invés de um preta, de modo que o sangue, a própria substância da vida, agora se torna a marca da morte. - Por Martha Womack

Cenário

A história abrange um período de aproximadamente seis meses, durante o reinado da Morte Rubra. A ação acontece em "total reclusão em uma das abadias fortificadas do [Príncipe Próspero]". A "mascarada" tem lugar na suite imperial, que consistia de sete, salas muito distintas. (Veja Estilo para uma discussão mais aprofundada sobre o significado do cenário para esta história em particular.)

Personagens

Esta história não tem personagens no sentido usual que dá credibilidade a uma interpretação alegórica. Somente o Príncipe Prospero fala. Seu nome sugere felicidade e boa sorte, no entanto, ironicamente este não é o caso. Dentro da abadia do Príncipe, ele criou um mundo de sua imaginação com figuras mascaradas que refletem "o seu próprio gosto." Esses dançarinos são tanto um produto da imaginação do príncipe que Poe se refere a eles como "uma multidão de sonhos." Mesmo quando a "Morte Rubra" entra, o autor se refere a este personagem como uma "figura" ou um "mascarado" que "era alto e esquelético, e envolto da cabeça aos pés em trajes da sepultura. A máscara foi feita... para se parecer com o rosto de um cadáver enrijecido .... Mas o mascarado tinha ido tão longe a ponto de assumir o tipo da Morte Rubra. Suas vestes foram salpicadas de sangue e sua testa, com todas as características da face, foi borrifada com o horror escarlate. " Quando o mascarado é apreendido no final da história, todos os foliões "arfantes de indizível pavor, ao sentir que nenhuma forma tangível se encontrava sob a mortalha e por trás da máscara cadavérica."

Ponto de vista

Poe expressou seu desagrado para alegoria - "Um conto em prosa ou verso em que personagens, ações ou configurações representam idéias abstratas ou qualidades morais." Poe argumenta que a alegoria é uma forma literária inferior, pois é projetada para evocar interesse na narrativa e nas ideias abstratas das quais a narrativa fica e distrai o leitor da singeleza da unidade de efeito que é o que Poe mais valoriza na literatura. Sob as melhores circunstâncias, ele sempre deve interferir com essa unidade de efeito que, para o artista, vale todas as alegorias do mundo. No entanto, o próprio Poe abertamente utiliza-se da alegoria, como nos versos de "The Haunted Palace" que ele inseriu em sua história, "A Queda da Casa de Usher", assim como em "A Máscara da Morte Rubra". (Veja estilo de interpretação alegórica.)

Estilo e Interpretação

História de Poe acontece em sete salas conectadas, mas cuidadosamente separadas. Isto lembra o leitor da importância que o número sete tinha no passado. (A história do mundo foi pensada para consistir em sete idades, assim como a vida de um indivíduo tem sete etapas. O mundo antigo tinha sete maravilhas; universidades dividem aprendizagem em sete temas, havia sete pecados capitais, com sete virtudes cardeais correspondentes, e o número sete é importante no misticismo). Portanto, uma leitura alegórica da história sugere que os sete quartos representam os sete estágios da vida, do nascimento à morte, através do qual o príncipe segue uma figura mascarada como uma vítima da Morte Rubra, apenas para morrer na câmara final da noite eterna. Nome do príncipe sugere felicidade e boa sorte, e o príncipe, assim como todos os seres usa felicidade como barreira contra a ameaça de morte do mundo exterior. O Baile de máscaras do príncipe Próspero ou dançar nos lembra da "dança da morte" retratado em pinturas antigas como um esqueleto levando uma multidão de pessoas para a sepultura, assim como o príncipe leva seus convidados para a Morte Rubra.

A importância do tempo nesta história é visto no símbolo do "gigantesco relógio de ébano", que é envolto em veludo preto e localizado na última sala. Embora o relógio seja um objeto, ele rapidamente assume aspectos humanos como o autor o descreve tendo um rosto e pulmões de onde vem um som que é "extremamente musical", mas "tão peculiar" que os "sonhos são congelados como eles se mantinham," em um rigor mortis momentâneo que antecipa o final.

A relação entre a morte rubra e o tempo é a chave para compreender o significado simbólico da história. As sete salas são dispostas de leste a oeste, lembrando-nos do curso do sol que mede nosso tempo terrestre. Estas salas são iluminadas de fora, e é só na sétima sala na qual a cor das janelas não corresponde à cor da mesma, mas sim "uma profunda cor de sangue" por onde a luz ilumina a câmara ocidental de preto, com um relógio de ébano na sua parede ocidental. Ao criar esta sala, Poe liga as cores vermelho e preto com a morte e o tempo.

"Manchas escarlates sobre o corpo e especialmente sobre a face da vítima" indicam a presença da Morte Rubra. Sangue, a própria substância da vida, torna-se a marca da morte, uma vez que estoura através dos poros. A Morte, então, não é um antagonista de fora, a ser temido e fora murada como Príncipe Prospero tenta fazer, mas em vez disso, é uma parte de cada um de nós. Sua presença é sentida em nossa imaginação quando nos tornamos conscientes do controle que o tempo tem sobre nossas vidas. Nós ouvimos os ecos dos "relógios de ébano" que levamos dentro de nós. Príncipe Prospero tenta escapar da morte fortificando-se, e ao fazê-lo, cria uma prisão de seu santuário. No entanto, o príncipe descobre que ninguém pode escapar da morte. A Morte tem "domínio ilimitado sobre tudo."

Tema

Ninguém escapa da morte. Felicidade humana (como representado pelo príncipe Próspero) procura fortificar-se de modo a deixar para fora a ameaça de morte, no entanto, a referência bíblica (I Tessalonicenses 5:2-3) no final da história nos lembra que a morte chega "como um ladrão na noite , "e até mesmo aqueles que buscam a" paz e segurança ... não escaparão. "

Traduzido por Ricardo Peixoto

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ordem e Progresso

A família é o primeiro tipo de organização que conhecemos seguida pela escola, faculdade e trabalho. Já a organização do Estado, do Governo… Ih, falar desse assunto é tão chato, né?! Corrupção, roubalheira, falsidade, tráfico de influência, escândalos políticos, etc. já sabemos de tudo, pra que remexer mais nisso? Se quanto mais se mexe, mais fede.. deixa quieto então.

Não! Eu me recuso a deixar quieto o futuro do meu país. Temos a maior reserva de água potável do mundo, praias maravilhosas, a Amazônia (acho que essa ainda é nossa, né?!). Não temos terremoto nem vulcão em atividade. Somos privilegiados. Abençoados, quem sabe. Mas se somos abençoados é pela natureza, porque mesmo com tantas riquezas naturais, estamos pobres de consciência.

Somos pobres. Pobres de valores. Pobres de culpa. Pobres de consciência.

Não nos preocupamos com coisas primordiais, não queremos ver, nem se os fatos se esfregarem na nossa cara vestidos de verde e amarelo.

Ano após ano é a mesma história. Os mesmos políticos são eleitos com as mesmas promessas nunca cumpridas, as cidades continuam do mesmo jeito, o povo reclama e fala mal das mesmas coisas, chega a eleição e o que acontece? NADA. Ou pior: a mesma coisa de sempre.

Sabe aquela música, “eu sou brasileiro, com muito orgulho” ? Sinceramente, quando vejo o tipo de brasileiro que o Brasil está gerando, os valores levados em conta hoje em dia, as ideias que predominam dentre os jovens (que deveriam ser o futuro da nação) e o descaso com a política, sinto vergonha.

Brasil, eu sinto vergonha de você. As palavras que constam na sua bandeira me soam irônicas.

Política é um assunto chato, um assunto que “não se discute”, porque é interessante para aqueles que entendem do assunto, que cada vez menos pessoas procurem saber sobre isso. Afinal, se forem poucas pessoas o negócio fica mais fácil, mais restrito e o conhecimento que deveria ser público se torna de domínio de poucos.

Não sabendo e muito menos entendendo sobre política, somos leigos no assunto e como leigos não temos direito de opinião. “Ah, temos direitos sim!”, “Nós votamos! É o exercício da cidadania!”.

Aham, senta lá Brasil.

O voto é o exercício da cidadania. É por meio dele e só dele, que a voz do povo, voz de Deus se é feita ouvir. Somos obrigados a votar. Somos obrigados a dar opinião sobre um assunto que não dominamos. É quase a mesma coisa que obrigar o Ronaldinho a falar, a cada 4 anos, sobre Neurologia.

Qual o resultado disso? Pessoas sem informação necessária sendo obrigados a optar, candidatos tão despreparados quanto os eleitores, fantasiados, com musiquinhas, puro marketing. A campanha política se tornou uma competição pra ver quem tem a melhor propaganda, quem passa a melhor imagem.

Dessa maneira, a manipulação corre solta. Votamos pela imagem fabricada de alguém, por uma foto, por um sorriso, um depoimento de artista ou porque “aquele maldito ‘jingle’ não saiu da minha cabeça”.

Candidatos, políticos e futuros governantes usam disso para manipular, esconder e articular informações. Eles não apresentam propostas reais e cabíveis, não demonstram o mínimo de preocupação com o povo depois que são eleitos, usam do dinheiro público para financiar suas casas, viagens e carros e ainda auto denominam-se pai e mãe do Brasil.

O Brasil não precisa de mãe, não precisa de pai. Precisa de uma República séria com governantes comprometidos e eleitores conscientes. Não é competência do governo sustentar famílias inteiras, como um pai de família responsável. É responsabilidade do governo sim, criar condições dignas para que a população tenha acesso à saúde, educação, transporte e emprego de qualidade.

O governo não tem que dar o peixe, tem que ensinar a pescar e cuidar do rio, porque quando o “filho” Brasil estiver “doente”, com febre de 40 graus de tanta corrupção e vomitando violência, o papai e a mamãe não estarão lá para cuidar de seu filho debilitado. Afinal de contas, eles não sabiam de nada.

by: Franciele Heldeberg
(autorizado pela autora)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sim, eu sei, o blog fica meio jogado pra lá. Contudo, correntemente me lembro dele. É certo que há muitas coisas que desejaria postar aqui, entretanto a rotina, a falta de tempo e o cotidiano as fazem passar.

Trago-vos, agora, uma música e não, não é Lady Gaga ou qualquer outra modinha que possa estar nos meios de comunicação de massa nesse momento. Tampouco algo que não possa ser aproveitado ou sem significado. Pois a música que vos apresento, se já nao a conheceis é, não menos, baseada naquele que é e sempre será o mestre, o inspirador de muitos, não menos que Edgar Allan Poe, aquele de quem tanto falo e quem tanto venero.

Referida canção baseia-se em sua mais célebre obra, The Raven, que aqui já postei. Segue pois Ravenheart do Xandria.

É uma música muito bonita e transmite de maneira mais simples, mas não menos profunda uma mensagem muito próxima, senão a mesma, que é tratada em The Raven, com direito a uma paráfrase no ponto alto da música.



Xandria - Ravenheart
Come to me, Ravenheart
Messenger of evil

You shadow of forgotten dreams
You come to take away
My hope on your black wings

Come to me, Ravenheart
Messenger of evil
Come to me. What's the news?
Here I'm still left lonely

Of love and hate the singers tell
But I feel more, more of both,
More than heaven and hell.
I take a bow to destiny.
Now I have really learnt my part
Once loving him, now hating love
I've made mistakes, my Ravenheart

So come on

Come to me, Ravenheart
Messenger of evil
Come to me. What's the news?
Here I'm still left lonely

Will I get back who I adore?
Thus spoke the raven: nevermore.

Ohhhhh, Ohhhhh, Ohhhh
Ohhhhh, Ohhhhh, Ohhhh

Come on

Come to me, Ravenheart
Messenger of evil
Come to me. What's the news?
Here I'm still left lonely


Isso sem contar que o clipe é lindo.
Eis mais uma recorrencia de Poe no meu e espero que agora no vosso cotidiano.
Enjoy it

sábado, 3 de abril de 2010

Sim, é verdade!

Vós que me conheceis, sabeis bem quão grande é meu apreço pela cultura e produções brasileiras, principalmente a do povo nordestino, vulgo paraíbas; visto que se por minha vontade fosse, essas, extinguir-se-iam sem que lhes fossem sentida qualquer falta. Sabeis, também, que ser algum a humildade com a minha poderia comparar e que mesmo no auge de meus erros (se é que existem) não os poderia eu admitir. Portanto, não digo que errei, não o faço, entretanto encontrei, ou melhor, mostraram-me uma excessão à essa opinião que ora os fiz conhecer, se é que não tinham ciência de tal fato. Para que meu ego não se fira ainda mais digo-vos, para que saibais que não me arrependo, que esse a qual apresentar-vos-ei foi influenciado pelo grande Baudelaire; e esse era um dos maiores seguidores do mestre, como sabeis. Então, não importando, realmente onde, desafortunadamente, ele nasceu o importante é que qualidades de influências não lhe faltou. De quem falo? Ninguém menos que Augusto dos Anjos, paraibano (1884-1914). Gostei, sim de sua obra. E para que o conheceis, segue, pois dois de seus poemas, os que mais gostei, visto que ainda não li nem pequena parte do que escreveu.
A Idéia
De onde ela vem?! De que matéria bruta Vem essa luz que sobre as nebulosas Cai de incógnitas criptas misteriosas Como as estalactites duma gruta?! Vem da psicogenética e alta luta Do feixe de moléculas nervosas, Que, em desintegrações maravilhosas, Delibera, e depois, quer e executa! Vem do encéfalo absconso que a constringe, Chega em seguida às cordas do laringe, tísica, tênue, mínima, raquítica... Quebra a força centrípeta que a amarra, Mas, de repente, e quase morta, esbarra Nomolambo da língua paralítica! Eis o outro...
O Morcego
Meia-noite. Ao meu quarto me recolho. Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede: Na bruta ardência orgânica da sede, Morde-me a goela ígneo e escaldante molho. "Vou mandar levantar outra parede..." - Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho, Circularmente sobre minha rede! Pego de um pau. Esforços faço. Chego A tocá-lo. Minh'alma se concentra. Que ventre produziu tão feio parto?! A Consciência Humana é este morcego! Por mais que a gente faça, à noite, ele entra Imperceptivelmente em nosso quarto! --- Veis agora o que digo! Embora eu lhes diga, ainda crendo no que no começo deste vos disse. Eis aí uma excessão.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

The Raven

Mais um pouquinho de POE pra vocês. Vou postar o meu poema favorito escrito pelo mestre. Não é meu favorito por que é o mais célebre, senão pelo fato de ser profundamente melancólico e tal sentimento é passado com perfeição pelas palavras e fazem tocar a alma mesmo depois de 165 anos de composição. Sua primeira piblicação foi em 1845 no The New York Mirror. Ei-lo

The Raven
Edgar Allan Poe

Once upon a midnight dreary, while I pondered, weak and weary,
Over many a quaint and curious volume of forgotten lore,
While I nodded, nearly napping, suddenly there came a tapping,
As of someone gently rapping, rapping at my chamber door.
" 'Tis some visitor," I muttered, "tapping at my chamber door;
Only this, and nothing more."

Ah, distinctly I remember, it was in the bleak December,
And each separate dying ember wrought its ghost upon the floor.
Eagerly I wished the morrow; vainly I had sought to borrow
From my books surcease of sorrow, sorrow for the lost Lenore,.
For the rare and radiant maiden whom the angels name Lenore,
Nameless here forevermore.

And the silken sad uncertain rustling of each purple curtain
Thrilled me---filled me with fantastic terrors never felt before;
So that now, to still the beating of my heart, I stood repeating,
" 'Tis some visitor entreating entrance at my chamber door,
Some late visitor entreating entrance at my chamber door.
This it is, and nothing more."

Presently my soul grew stronger; hesitating then no longer,
"Sir," said I, "or madam, truly your forgiveness I implore;
But the fact is, I was napping, and so gently you came rapping,
And so faintly you came tapping, tapping at my chamber door,
That I scarce was sure I heard you." Here I opened wide the door;---
Darkness there, and nothing more.

Deep into the darkness peering, long I stood there, wondering, fearing
Doubting, dreaming dreams no mortals ever dared to dream before;
But the silence was unbroken, and the stillness gave no token,
And the only word there spoken was the whispered word,
Lenore?, This I whispered, and an echo murmured back the word,
"Lenore!" Merely this, and nothing more.

Back into the chamber turning, all my soul within me burning,
Soon again I heard a tapping, something louder than before,
"Surely," said I, "surely, that is something at my window lattice.
Let me see, then, what thereat is, and this mystery explore.
Let my heart be still a moment, and this mystery explore.
" 'Tis the wind, and nothing more."

Open here I flung the shutter, when, with many a flirt and flutter,
In there stepped a stately raven, of the saintly days of yore.
Not the least obeisance made he; not a minute stopped or stayed he;
But with mien of lord or lady, perched above my chamber door.
Perched upon a bust of Pallas, just above my chamber door,
Perched, and sat, and nothing more.

Then this ebony bird beguiling my sad fancy into smiling,
By the grave and stern decorum of the countenance it wore,
"Though thy crest be shorn and shaven thou," I said, "art sure no craven,
Ghastly, grim, and ancient raven, wandering from the nightly shore.
Tell me what the lordly name is on the Night's Plutonian shore."
Quoth the raven, "Nevermore."

Much I marvelled this ungainly fowl to hear discourse so plainly,
Though its answer little meaning, little relevancy bore;
For we cannot help agreeing that no living human being
Ever yet was blessed with seeing bird above his chamber door,
Bird or beast upon the sculptured bust above his chamber door,
With such name as "Nevermore."

But the raven, sitting lonely on that placid bust, spoke only
That one word, as if his soul in that one word he did outpour.
Nothing further then he uttered; not a feather then he fluttered;
Till I scarcely more than muttered,"Other friends have flown before;
On the morrow he will leave me, as my hopes have flown before."
Then the bird said,"Nevermore."

Startled at the stillness broken by reply so aptly spoken,
"Doubtless," said I, "what it utters is its only stock and store,
Caught from some unhappy master, whom unmerciful disaster
Followed fast and followed faster, till his songs one burden bore,---
Till the dirges of his hope that melancholy burden bore
Of "Never---nevermore."

But the raven still beguiling all my fancy into smiling,
Straight I wheeled a cushioned seat in front of bird and bust and door;,
Then, upon the velvet sinking, I betook myself to linking
Fancy unto fancy, thinking what this ominous bird of yore,
What this grim, ungainly, ghastly, gaunt, and ominous bird of yore
Meant in croaking, "Nevermore."

Thus I sat engaged in guessing, but no syllable expressing
To the fowl, whose fiery eyes now burned into my bosom's core;
This and more I sat divining, with my head at ease reclining
On the cushion's velvet lining that the lamplight gloated o'er,
But whose velvet violet lining with the lamplight gloating o'er
She shall press, ah, nevermore!

Then, methought, the air grew denser, perfumed from an unseen censer
Swung by seraphim whose footfalls tinkled on the tufted floor.
"Wretch," I cried, "thy God hath lent thee -- by these angels he hath
Sent thee respite---respite and nepenthe from thy memories of Lenore!
Quaff, O quaff this kind nepenthe, and forget this lost Lenore!"
Quoth the raven, "Nevermore!"

"Prophet!" said I, "thing of evil!--prophet still, if bird or devil!
Whether tempter sent, or whether tempest tossed thee here ashore,
Desolate, yet all undaunted, on this desert land enchanted--
On this home by horror haunted--tell me truly, I implore:
Is there--is there balm in Gilead?--tell me--tell me I implore!"
Quoth the raven, "Nevermore."

"Prophet!" said I, "thing of evil--prophet still, if bird or devil!
By that heaven that bends above us--by that God we both adore--
Tell this soul with sorrow laden, if, within the distant Aidenn,
It shall clasp a sainted maiden, whom the angels name Lenore---
Clasp a rare and radiant maiden, whom the angels name Lenore?
Quoth the raven, "Nevermore."

"Be that word our sign of parting, bird or fiend!" I shrieked, upstarting--
"Get thee back into the tempest and the Night's Plutonian shore!
Leave no black plume as a token of that lie thy soul spoken!
Leave my loneliness unbroken! -- quit the bust above my door!
Take thy beak from out my heart, and take thy form from off my door!"
Quoth the raven, "Nevermore."

And the raven, never flitting, still is sitting, still is sitting
On the pallid bust of Pallas just above my chamber door;
And his eyes have all the seeming of a demon's that is dreaming.
And the lamplight o'er him streaming throws his shadow on the floor;
And my soul from out that shadow that lies floating on the floor
Shall be lifted--- nevermore!

Eis aí o poema... como sempre o mestre mandou muito.... ashua

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Aniversário de 201 anos

Definitivamente não havia data melhor para reativar o blog. no dia de hoje ele completaria - se não estivesse morto, óbvil - 201 anos de idade. Nunca esqueceria o Nascimento do Mestre. Ele: Edgar Allan Poe, mestre do mistério, escritor, crítico literário, poeta... Enfim, um homem brilhante que até hoje reúne seguidores, o mais fervoroso dentre eles foi, sem dúvida Baudelaire; entretanto há outros autores que também lhe devem algum tributo, como Julio Verne, Stephen King, Fernando Pessoa entre outros.

Nascido em 1809, Poe perde os pais quando tem apenas dois anos, depois é adotado, nunca formalmente, pela família Allan. Revelou cedo sua tendência para as letras e com catorze anos escreve seus primeiros poemas, publicados em revistas e jornais da Virgínia (EUA). Publicou seu primeiro livro, Tamerlão e Outros Poemas, quando tinha vinte anos, dedicou-se, também, à prosa e a ensaios. Morreu aos quarenta anos, por causa de bebidas e drogas, porém deixou-nos uma extensa obra. Como homem foi um atormentado, vítima de tragédias pessoais, do jogo e da bebida, contudo, como autor foi, sem dúvida, um gênio. Edgar Allan Poe manejou sensibilidade, engenho e raciocínio; o produto disso não poderia ser menos que excelentes, excitantes e exímias histórias de suspense, mistério, horror e humor. Mesmo com tantos contos e ensaios publicados, considerava-se um poeta, possuindo uma vasta obra poética, POE com descomunal destreza aritmética compunha seus poemas. Um exemplo mais que perfeito é seu mais célebre poema, The Raven. O próprio autor diz que "nenhum ponto de sua composição - de The Raven - se refere ao acaso, ou à intuição, que o trabalho caminhou, passo a passo, até completar-se com a precisão e a sequência rígida de um problema matemático." Que mais tem-se a cometar de um autor que desvenda para seus leitores os mistérios de sua composição e métrica? Um louco, talvez, pode-se inferir, por quê entregaria ele, pois, os segredos de sua obra prima? Pois digo, mesmo assim o tendo feito, POE nunca deixará de fascinar leitores mesmo com o passar dos anos. A melancolia do personagem de O Corvo incutirá sempre fundo; ou os tintinabulares de Os Sinos seram sempre "clangorantes, ululantes, graves, finos"; O que dizer das torres da Cidade no Mar - "Torres que o tempo rói e não vacilam!"? Quem mais daria um baile de máscaras quando a Morte Rubra ronda a cidade? Conversaria com uma múmia? Reencontraria Ligéia em outra pessoa? Emparedaria, sem perceber, a própria mulher ao tentar livrar-se de um Gato Preto? Por certo POE foi e sempre será único, não há como comparar o Mestre com qualquer outro, pois, como ele mesmo diz em um de seus poemas:

"


Não fui, na minha infância, como os outros
e nunca vi como os outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar de fonte igual à deles;
e era outra a origem da tristeza,
e era outro o canto, que acordava
o coração para alegria.
Tudo que amei, amei sozinho.
Assim, na minha infância, na alba
da tormentosa vida, ergueu-se,
no bem, no mal, de cada abismo,
a encadear-me, o meu mistério.
Veio dos rios, veio da fonte,
da rubra escarpa da montanha,
do sol, que todo me envolvia
em outonais clarões dourados;
e dos relâmpagos vermelhos
que o céu inteiro incendiavam;
e do trovão, da tempestade,
daquela nuvem que se alteava,
só, no amplo azul do céu puríssimo,
como um demônio, ante meus olhos."

Após essa pequena demonstração daquele que sempre será o Mestre, não há mais nada o que comentar.

EDGAR ALLAN POE IN PACE REQUIESCAT [19/01/1809 - 07/10/1849]

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Nó de Gravata com Dexter Morgan

Quiçá alguns conheçam o Serial Killer Dexter do Seriado Dexter, mas quem imaginaria que poderiamos extrair do mesmo ensinamentos além, é lógico, de como não deixar pistas ao matar alguém e o código de Harry? Pois aí está o próprio Harry ensinando Dexter a Fazer um Nó de Gravata... 

E aí Aprenderam?